Nunca mais será....

Sérgio Napp está desde ontem com Giba, com Nico, com Elis... o engenheiro que se fez professor, que se fez poeta, que se fez letrista nos deixou dia 28. Napp continuou procurando caminhos, ora através da literatura, escrevendo de tudo e sobre tudo, tendo publicações em jornais de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, ora através da música, participando e sendo premiado em diversos festivais. Deixou admiradores,entre eles o que vos escreve. Por duas vezes, foi diretor da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. Escritor, foi premiado também em diversos concursos literários e publicou mais de 20 livros na carreira.

Foi uma canção de Sérgio, Desgarrados, uma das primeiras canções que toquei em público ao violão. Arranjo em dó maior, tocado no palco do IPA, nos anos 80. Não tem como ler a notícia sem lembrar... Em homenagem a ele, publico a letra de Desgarrados, parceria dele com Mário Barbará.



Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes das avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

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