impávido que nem Muhammad Ali

Na linda canção "Um Índio", Caetano Veloso relata que o referido viria "impávido que nem Muhammad Ali". O ídolo do boxe, o bailarino dos ringues, o grandão que voava como uma borboleta, mas ferroava com seus punhos feito abelha foi nocauteado pela doença. Parkinsoniano há um bom tempo, possivelmente com a ajuda das inúmeras porradas que levou nos ringues, não foram menores os jabs e cruzados que levou da vida. Muhammad Ali nasceu com o nome de Cassius Marcellus Clay, Jr. em 17 de janeiro de 1942, no Kentucky. O mais velho de dois meninos, recebeu (ele e seu pai, claro) o nome de um político abolicionista homônimo. Seu pai pintava outdoors, e sua mãe, dona Odessa Clay, era empregada doméstica. Cassius Sr., metodista, viu os filhos convertidos à igreja batista, por influência materna. 

Ali teve seu primeiro contato com o boxe do chefe de polícia e técnico de boxe Joe E. Martin em Louisville, sua cidade natal, que o encontrou com 12 anos batendo no ladrão que estava roubando sua bicicleta. Cá pra nós, o ladrão perdeu a noção do risco, vamos combinar... Ele disse ao oficial que ele estava fazendo "whup" no ladrão. O oficial lhe disse para aprender boxe. Bendito conselho esse...

Ali levou a medalha de ouro do Meio-Pesado nas Olimpíadas de 1960, em Roma. O grandão quase não foi, tamanho o medo de voar.A solução foi embarcar usando um paraquedas. Entre os anos de 1960 a 1963, Cassius Clay passa a colecionar 19 vitórias, 15 por nocautes. No dia 15 de fevereiro de 1964 conquistou seu primeiro título mundial dos pesos pesados contra o então campeão Sonny Liston, quando venceu por nocaute técnico no sexto round. 

O nome muçulmano veio em 1964. Em 06 de março desse mesmo ano, após a adesão à Nação Islã, Cassius mudou seu nome para Muhammad Ali-Hal, pois segundo seus mentores, "Clay é nome de escravo". 

Foi banido do esporte por três anos e meio, e perdeu o título olímpico ao negar-se a lutar na Guerra do Vietnam. Se recusara a atender a convocação do exército norte-americano para lutar na Guerra do Vietnã. O atleta foi destituído de seus títulos e banido do boxe por três anos e meio e condenado a cinco anos de prisão. A condenação acabou sendo anulada pela Suprema Corte, em 1971. Ali pagou uma multa de 10 mil dólares ao governo.

De volta ao ringue, protagonizou lutas históricas, entre elas, contra Frazier, em 1971, denominada “A luta do século”, quando Ali sofreu sua primeira derrota. Na revanche, porém, em 1974, veio à forra, e saiu vitorioso. Nesse mesmo ano, venceu Foreman, antes que o simpático boxeador pensasse em vender seu famoso grill por aí... Como profissional, Ali participou de 61 lutas, vencendo 56, 37 por nocautes.

Muhammad Ali tinha enorme habilidade em atingir seus oponentes verbalmente. É sua a frase “Voe como uma borboleta, ferroe como uma abelha”. Infelizmente, a porradaria de anos cobrou seu preço. Em 1984, foi anunciado que Ali apresentava os primeiros sinais do Mal de Parkinson. Sem se intimidar pela doença, acendeu a pira olímpica em Atlanta, em 1996, demonstrando uma força de vontade de gigante, a mesma dos ringues. 

Coração grande de um gigante gentil, o ex-lutador passou a fazer trabalhos de caridade em diversas partes do mundo. Foi nomeado Mensageiro da Paz pela ONU. Foi também condecorado com a Medalha Presidencial a Liberdade, maior honraria civil norte-americana. Tinha sido amigo pessoal de Nelson Mandela, Malcom X e Martin Luther King Jr.

Muhammad Ali faleceu no dia 3 de junho de 2016, com 74 anos, em Scottsdale, Arizona, por um choque séptico. A saúde debilitada foi nocauteada, para tristeza de seus fãs.

Presente em várias mídias, cantado por Caetano Veloso, Jorge Benjor e Bob Dylan, entre tantos,. chegou a virar personagem de gibi em 1978, pelas mãos de Neal Adams, Denny O'Neal e Dick Giordano. Pois o grandão foi pro ringue com ninguém menos que Superman. E o filho adotivo de dona Martha Kent levou uma bela surra do bailarino dos ringues, que ganhou por nocaute técnico após um impiedoso castigo contra o Homem de Aço. Calma, a luta foi feita em um local com sol vermelho, para dar condições humanas ao herói. do contrário, teríamos patê de Ali, claro! No fim, os dois se unem para salvar o dia, detonando uma ameaça alienígena. O barato é a plateia repleta de personagens dos gibis, como Batman, a Mulher Maravilha e o Alfred E. Neuman ("quem eu me preocupar?"), todos mesclados com personalidades das artes, esportes e política, desde os Beatles, Jimmy Carter, Pelé (ele mesmo), Christopher Reeve (o eterno e saudoso Superman do cinema), os autores do gibi, Frank Sinatra e Woody Allen, todos assistindo a luta fora da Terra.

Lutador dentro e fora dos ringues, militante, pacifista, herói. Descansa em paz, bailarino das luvas de boxe!!
o boxeador quase se recusou a participar das Olimpíadas de Roma, por ter medo de avião. Embarcou vestindo um paraquedas e voltou para casa com o ouro. - See more at: http://guiadoscuriosos.com.br/categorias/3316/1/muhammad-ali.html#sthash.9NZBACDN.dpuf
o boxeador quase se recusou a participar das Olimpíadas de Roma, por ter medo de avião. Embarcou vestindo um paraquedas e voltou para casa com o ouro. - See more at: http://guiadoscuriosos.com.br/categorias/3316/1/muhammad-ali.html#sthash.9NZBACDN.dpuf
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Comentários

  1. “Eu te digo como eu gostaria de ser lembrado: como um homem negro que ganhou um cinturão de peso-pesado e era bem-humorado e tratava todo mundo bem. Como um homem que nunca desprezou aqueles por quem foi desprezado e ajudou tantas pessoas do seu próprio povo quanto ele podia – financeiramente e também em sua luta por liberdade, justiça e igualdade.

    Como um homem que não machucaria a dignidade de seu povo fazendo algo que pudesse envergonhá-los. Um homem que tentou unir seu povo através de sua fé no Islã... [...] E se isso é pedir muito, eu acho que me contentaria em ser lembrado apenas como um grande pugilista campeão que se tornou um pregador e um campeão de seu povo.

    E eu não ligaria se o pessoal esquecesse o quão bonito eu fui.” (Muhammad Ali)

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