bonito e (muito) pouco conhecido...


Pra quem nunca ouviu, uma pérola. Pra quem conhece, também. Falo da música "Canção de Vida e Tarde", de Kleiton Ramil e do grande Luiz de Miranda. Foi defendida no 1o. Musicanto Sul-americano de Nativismo, em 1983, em Santa Rosa. O festival foi idealizado por Luis Carlos Borges, revelou gente do calibre de Lenine e outras grandes figuras da música brasileira e regional.

É um festival de características singulares, cosmopolita, integrador de culturas, aberto a todas manifestações da música do continente.

Na edição de 1983, o Canto Livre, grupo vocal que tinha entre seus integrantes o hoje Guri de Uruguaiana Jair Kobe, defendeu o lindo tema de Kleiton e Miranda. Levaram os prêmios de arranjo, arranjador pro Calique Ludwig, grupo vocal e, pro grande flautista que acompanhava o grupo, meu coleguinha de curso de Música no IPA, por sinal, e gente boa pra caramba, Pedrinho Figueiredo, o de melhor instrumentista/sopro. Merecidos!!!

Leia. Ouça. Apaixone-se pela delicadeza da melodia, pelo arranjo bem cuidado...só cantarei a palavra que fica, bem dita!
 

No meio da tarde
a palavra arde,
a palavra arde.
É uma despedida
que não se despede,
não se despede.
Sua teimosia, sua magia
fica no ar sangrando e sacode
e comove esse coração.
No meio da tarde
a cidade arde,
a cidade arde.
É a fotografia de uma voz cansada,
de uma voz fechada.
Sua tirania, sua agonia
fica no peito ardendo
e sufoca, estraçalha esse coração.
Só cantarei a palavra bem dita,
só cantarei a palavra que fica,
como um punhal no ar a cortar a tua hipocrisia.
Eu que sou filho de canto e de sanga,
minha canção tem a força do pampa.
Gela o veneno do gesto e a mentira da tua garganta

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