Bravo, dona Eva!!!

Foto de alguns aninhos atrás, Sophia e dona Eva, em noite de Tholl no TSP.


Se você é de Porto Alegre (e entorno), se você foi UMA VEZ no Theatro São Pedro, pra ver a genial Tangos e Tragédias, ou alguma peça bacana dos grupos daqui ou do centro do país, ou se você curtiu algum show, algum concerto no TSP, vai lembrar dela. Dona Eva Sopher. Virou estrela ontem, ela que já o era, grande dama do TSP, das artes.

Alemã de Frankfurt, de família de origem judaica, Eva emigrou da Alemanha para o Brasil em 1936, aos treze anos de idade, por razões meio óbvias... aquele imitador canastrão do Chaplin tinha seus problemas com o povo hebreu. Aqui, retomaram a vida, e a menina Eva estudou artes, em especial com o grupo Pro Arte de outro alemão, Theodor Heuberger, no Rio de Janeiro. Em Sampa, estudou no importante Instituto Mackenzie.

Brasileira desde 1950, casou-se com Wolfgang Sopher em 1960, e radicaram-se em Porto Alegre. Na nossa cidade, Eva reativou o Pro Arte a pedido de Heuberger, organizando concertos, peças de teatro, apresentações de grandes orquestras.

Em 1975, assumiu o desafio de tornar as ruínas do Theatro São Pedro em um teatro de verdade. Verdade seja dita, ela conseguiu. Reabriu a casa de espetáculos em 1984, na condição de Presidente da Fundação Theatro São Pedro. O velho esqueleto de teatro voltou a ser orgulho da cidade, do estado. Gracias, dona Eva!!

Recebeu várias medalhas e honrarias, aqui e pelo mundo afora, e também, claro, recebia espectadores, um a um, na porta do teatro. O teatro que considerava uma parte de sua casa. Orgulhava-se de dizer que "tinha as chaves de todas as portas" do elegante teatro. Grande dama, acolhia a classe artística com o carinho de uma mãe, como lembram vários deles. Empreendedora cultural, estava tocando uma nova etapa para a vida do TSP, o Multipalco. Qual Moisés e a Terra Prometida, Eva não pisou na obra finalizada. Sua saúde a tirou de cena no início da noite de 07 de fevereiro de 2018, um 07 de fevereiro como aquele que viu sair de cena outro grande nome de nossa cultura, o maestro Pletskaya, o querido Nico Nicolaiewsky.

Como alguém que foi tantas vezes ao TSP, fica a admiração pelo trabalho daquela senhorinha delicada e firme. Fica a certeza, como diria Aldir Blanc, que "o show de todo artista tem que continuar". Bravo, dona Eva!!! Bravíssimo!!!

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